História da Malbec
(Dia 17 de Abril Dia Mundial da Malbec)
Uma das uvas mais comentadas do mundo do vinho é a Malbec, principalmente aqui no Brasil. Os vinhos feitos com essa uva caíram no gosto do brasileiro. mas a história dessa uva começa bem longe do continente americano.
Malbec tem seu centro histórico de produção em uma cidade chamado CAHORS, que fica localizada na parte sudoeste da França mais ou menos 350 km de distancia de Bordeuax. Lá ela elaborava um vinho com o nome de sua cidade que éra bem reconhecidos desde o império romano. Durante esse período os vinhos de Cahors eram apreciados pela elite.
O termo Malbec foi usado pela primeira vez no século XVIII. Recebeu o nome do proprietário de uma propriedade vinícola no Médoc, o Sr. Malbeck, que divulgou a casta e deu-lhe o seu nome. Na França a Malbec tem outros nomes também, chamada de CÔT ou AUXERROIS.
Os ingleses começaram a importar regularmente vinho de Cahors a partir do século XIII. Este processo culminou no século seguinte: o período 1308-1309 foi um ano recorde para o comércio de vinhos de Cahors, com 850.000 hectolitros importados.
O século XIX marcou o declínio do vinho de Cahors na França e na Inglaterra. Comerciantes de Bordeaux barravam o caminho para o mercado britânico. Além disso, os enólogos franceses priorizaram outras variedades de vinho mais adaptadas às características dos solos e climas da região. O prestígio dos vinhos de Cahors, tão vigorosos na Idade Média e nos primeiros séculos da modernidade, passou por um período de declínio.
Os vinhos Cahors ficaram de fora das listas de vinhos reconhecidos e valorizados no século XIX. Isso se refletiu nas obras de Alexander Dumas, notável especialista em gastronomia e conhecedor de vinhos. (que por sinal Alexandre Dumas criador da obra clássica “OS TRÊ MOSQUETEIROS” era um homem preto).
As suas personagens apareciam por vezes marcadas pelos bons vinhos, o que permitia ao autor refletir sobre a hierarquia vitivinícola da sua época, na qual, o vinho Cahors não contava: na saga dos Mosqueteiros são mencionadas 21 variedades de vinhos, excluindo os vinhos de Cahors. Dumas fez o possível para descobrir o pano de fundo histórico e reconstruir o mais próximo possível o tempo contado em seus romances. Mas por vezes incorreu em anacronismos, um dos quais ocorreu precisamente em torno deste vinho: o famoso escritor não podia evitar a opinião de que, no século XIX, o vinho de Cahors estava praticamente esquecido em França.
O golpe de misericórdia para a queda do Malbec na França foi a praga da filoxera. Isso atacou os vinhedos de Cahors a partir de 1877 e causou estragos. Os 40.000 hectares cultivados até então desapareceram quase totalmente em poucos anos. A partir dessa experiência devastadora, os viticultores gauleses perderam seus últimos vínculos com o Malbec, situação que não pôde ser revertida até a segunda metade do século XX.
A Entrada da Malbec na Argentina.
Em 1853 a uva chega em solo argentino, trazido pelo agrônomo francês Michel Aimé Pouget, mas antes de chegar a solos argentinos, ela veio para o outro lado dos andes. A Malbec chegou ao Chile na década de 1840. No quadro da abertura política e cultural gerada a partir da independência, a classe dominante chilena começou a olhar para a França com interesse crescente, com ambições de se destacar. Neste contexto, uma das vertentes que procuraram incorporar, foi a vitivinicultura francesa, incluindo as suas castas e técnicas de vinificação.
Em 17 de abril de 1853 foi apresentado ao Legislativo Argentino Provincial o projeto com vista à fundação de uma Quinta Normal e Escola Agrícola, seu nome foi inspirado na École Normale Supérieure em Paris, onde se cultivavam diferentes culturas, sobretudo vinha. A Câmara dos Deputados aderiu e a transformou em lei. A partir de então, começou o processo pelo qual, após sua longa jornada pelo mundo, o Malbec estaria inegavelmente enraizado em Mendoza. É por isso que no dia 17 de abril é comemorado o dia mundial da Malbec.
A Malbec se adaptou muito bem aos solos e climas da Argentina em geral e de Mendoza em particular. Os vinhos produzidos com a uva Malbec na argentina apresentam coloração intensa, aromas persistentes de frutas negras, como framboesa, amora e mirtilo e, às vezes, notas florais que remetem à violeta. Dá origem a vários estilos de vinho, desde rosé, espumantes até os tintos frutados ou mais estruturados, sofisticados e com bom potencial de guarda.
É uma variedade bastante versátil também no momento da harmonização. Carnes vermelhas, em geral, são ótimos pares para esta uva. Por isso que no churrasquinho que nós brasileiros tanto adoramos, não pode faltar aquele seu Malbec preferido.
Bibliografia
www.winesofargentina.com
Indicação de Rap que harmoniza com seu vinho de uva Malbec.
Música: Malbec
Artista: Barba Negra X Mattenie
Album: Malbec & Fettucine
Produção: Pirata Barba Negra a.k.a O Terrível Ladrão de Loops