Você sabe a origem do vinho?
Não é possível precisar a data, mas estudos apontam que foi no Período Neolítico (época em que o homem pré histórico deixou de ser nômade) que foi descoberto o vinho. Neste período o homem pré histórico começou a plantar e armazenar sua comida, acreditasse que por descuido foi deixado algumas uvas em algum recipiente as uvas começaram a fermentar e este composto deu-se a origem ao vinho.
Mas foi no antigo Egito ou como era conhecido Kemet, que foram inventadas técnicas de plantio, cultivo, produção e armazenamento do Irep ou como conhecemos, vinho. Técnicas que aliás, são praticadas até hoje.
O primeiro Irep elaborado foi na 1ª Dinastia, por volta de 3300 – 3100 A.C, em Abydos (cidade Sagrada do antigo Egito), foram localizadas diversas ânforas com resíduos de sementes, pele e polpa secas de uva.
O vinho assim como ainda é hoje (infelizmente) era considerado um artigo de luxo, onde somente algumas pessoas tinham acesso, o faraó e sua família, os sacerdotes e altos membros da elite egípcia.
Era utilizado para o culto e oferenda aos deuses, principalmente ao culta do deus Osiris. Simbolicamente ligado as cheias do Rio Nilo; que nos meses de cheia (Julho) adquire cor avermelhada devido a concentração de sedimentos ferruginosos, cor associada ao sangue de Osiris – deus dos mortos e da vegetação. O primeiro deus a ser morto e que ressuscitou.
Utilizado em cerimonias mortuárias, as pessoas eram sepultadas juntamente com ânforas cheias de vinhos, pois acreditavam-se na vida após a morte, onde a pessoa acordava em sua nova vida e iria precisar do vinho e outros pertences em sua nova jornada.
Como citado anteriormente, é em Kemet, que encontramos as 1ª jarras de vinhos com detalhamento da colheita, ano, qualidade, origem geográfica, produtor do vinho.
Boa pate dos vinhedos eram concentrados na região do Delta do Rio Nilo, zona da área que não era castigadas pela cheia do rio. Mas mesmo assim os egípcios tinham o cuidado de sempre plantarem próximos as figueiras, romãzeiras, oliveiras… arvores de espécies de raízes longas e pudessem combater o excesso de águas. As videiras são extremamente sensíveis, tudo em excesso faz mal a elas.
Assim também desenvolveram a forma de plantio em formato de Pérgula (não é o nome de uma marca de vinhos, rs) mas dada mais é que galhos horizontais, dispostas em varas verticais onde as videiras amarradas em em feixes são dispostas e criando uma espécie de rede.
Os egípcios realizavam todo o processo de vinificação do Irep (vinho): esmagamento, prensagem, fermentação dentro das jarras de cerâmicas e por fim, elas eram lacradas e enviadas ao lugar de estocagem e consumo. Todo um processo, uma cadeia de produção completa e bem semelhante com a que vemos hoje em dia.
A Cultura Egípcia foi e é o berço de muitas do conhecimento ocidental, mas hoje, infelizmente; conhecemos com outra roupagem – de que tudo iniciou-se na Europa.
Referencias Bibliográficas: Pitte, Jean-Robert. O desejo do Vinho – Conquistando o Mundo. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012.